Sintaxe - Período Composto
Período Composto por Coordenação
No período composto por coordenação, as orações se classificam como coordenadas sindéticas (do gr. syndeton = junção) e orações coordenadas assindéticas (do gr. a « sem + syndeton).
Orações coordenadas sindéticas
As orações
coordenadas sindéticas podem ser:
1) Aditivas
São as orações coordenadas
que expressam um fato que se soma a outro. Ex.:
Maria dançava e cantava nas noites de
serenata.
Não só irei ao
baile como também falarei com todas as minhas
amigas.
Quero que sejas feliz, e
hás de sê-lo.
Ricardo não
estuda nem trabalha.
2) Alternativas
São as orações
coordenadas que expressam alternância, opção. Ex.:
Você fala com o diretor ou falo eu.
Ora pensava na família ora na namorada ausente.
Quer você queira, quer você não
queira, tudo será feito.
Ou você
me respeita ou eu te mando embora.
3) Adversativas
São as orações
coordenadas cujo sentido se opõe ao sentido da oração
antecedente. Ex.:
Tudo sorri, mas minha alma é
triste.
Não gostamos da
corrida; contudo valeu o esforço.
Na
praça estava o busto do poeta; no entanto, ninguém
o admirava.
4) Conclusivas
São as orações
coordenas cujo fato expressa uma conclusão da oração
antecedente. Ex.:
Penso, logo existo.
Trabalhamos bastante, então
devíamos estar cansados.
Você sempre
mentiu, por isso não posso acreditar
agora.
5) Explicativas
São as orações
coordenadas cujo fato expressa uma explicação do fato contido na
oração antecedente. Ex:
Você está
atrasado, pois já são vinte horas.
Oração Subordinada Substantiv
São as orações interligadas com a oração principal que exercem a função sintática de um substantivo. As funções que estas orações podem exercer são as seguintes:
- sujeito
- objeto direto
- objeto indireto
- complemento nominal
- predicativo
- aposto
- agente da passiva
Como as orações subordinadas substantivas são iniciadas?
Oração desenvolvida
- Podem ser introduzidas por uma conjunção integrante (que, se).
- Também são introduzidas por pronomes ou advérbios interrogativos, em orações interrogativas indiretas.
Espero que você sempre alcance seus objetivos.
conjunção integrante
Perguntam quem os acompanhará.
pronome interrogativo
Diga-me onde se vende esse livro.
advérbio interrogativo
Oração reduzida
- Quando reduzidas, as orações substantivas sempre serão reduzidas de infinitivo.
Não me agrada / lembrar o passado.
Ele gostava / de se olhar nos espelhos.
Tive vontade / de ir-me embora.
O melhor remédio era / conversar.
Oração justaposta
- Não apresentam conectivos (conjunções) e nem são introduzidas por um verbo no infinitivo.
- Somente as orações objetivas diretas e apositivas poderão ser justapostas.
“Mas quando a terra diz: `Ele não morre`,
Responde o desgraçado: `Eu não vivi!...” (Castro Alves)
Dei-lhe tudo: ofereci-lhe o meu nome.
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
SUBJETIVA
- Exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal.
É importante / que você conheça o passado de seu país.
Vl ps O.S.S.Subjetiva (desenvolvida)
Parece / que meu time ganhará este campeonato.
v.i. O.S.S.Subjetiva (desenvolvida)
É sabido / que o prazo terminará neste final de semana.
Voz passiva analítica O.S.S.Subjetiva (desenvolvida)
Sabe-se / que o prazo terminará neste final de semana.
Voz passiva sintética O.S.S.Subjetiva (desenvolvida)
PREDICATIVA
- Exerce a função sintática de PREDICATIVO do verbo de ligação da oração principal.
A verdade é que te amo.
O fato é que este acontecimento criou um problema diplomático.
A oração predicativa tem uma estrutura rígida:
O melhor remédio era que todos conversassem civilizadamente.
OBJETIVA DIRETA
- Exerce a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal.
A receita descobriu que a fraude era maior ainda.
Falaram que a educação brasileira irá melhorar.
OBJETIVA INDIRETA
- Exerce a função sintática de objeto indireto do verbo da oração principal.
Lembro-me de que saímos de madrugada.
Ele gostava de se olhar no espelho.
COMPLETIVA NOMINAL
- Exerce a função sintática de complemento nominal de um termo (adjetivo, advérbio ou substantivo) da oração principal.
Tinha vontade de ir-me embora.
Estou apto a enfrentar este obstáculo.
APOSITIVA
- Exerce a função sintática de APOSTO de um termo da oração principal.
“Só uma coisa Marina ainda achava superior ao trem: ter dor de dente.” Mário de Andrade
Observações interessantes:
- As orações apositivas são marcadas pelos dois pontos (:) ou pela vírgula (,); entretanto, isso não quer dizer que toda oração iniciada por estes sinais de pontuação será apositiva.
- É necessário ver se a oração subordinada exerce mesmo a função de aposto.
AGENTIVA DA PASSIVA
- Exerce a função sintática de AGENTE DA PASSIVA do verbo na voz passiva presente na oração principal.
A atividade será realizada por quem copiou toda teoria.
O.S.S.Agentiva da Passiva
Referências Bibliográficas
- BECHARA, Evanildo. Lições de Português pela análise sintática. 16ª.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2000.
- BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
- ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 32 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.
- GAMA KURY. Novas lições de análise sintática. 2ª.ed. São Paulo: Ática, 1986.
Oração Subordinada Adjetiva
São aquelas que têm valor de adjetivo, pois cumprem o papel de determinar um substantivo (nome ou pronome) antecedente.
Como as orações subordinadas adjetivas são iniciadas?
Orações desenvolvidas:
- As orações subordinadas adjetivas são introduzidas pelos pronomes relativos que, quem, onde, o qual (a qual, os quais, as quais), cujo (cuja, cujos, cujas).
As pessoas / que estudam com afinco / tiram excelentes notas.
Or. Subord. Adjetiva Restritiva
Orações reduzidas
- Quando reduzidas, as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por um verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.
Encontrei pai e filho / a discutir futebol.
Na sala havia um garoto / mascando chiclete.
Você já viu os livros / comprados pela biblioteca?
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
- São as que delimitam, restringem ou particularizam o sentido de um nome (substantivo ou pronome) antecedente.
- Na escrita, ligam-se ao antecedente diretamente, sem vírgulas.
A pessoa / que lê constantemente / tem uma maior facilidade em se expressar.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
- São as que acrescentam ao antecedente uma informação que já é de conhecimento do interlocutor; assim, generalizam ou universalizam o sentido do antecedente.
- Na escrita, vêm entre vírgulas.
Os homens, que são racionais, matam as florestas.
SENTIDO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
(Fonte: https://www.flickr.com/photos/santarosa/1553210401)
Em relação ao sentido das orações subordinadas adjetivas, entenda que as classificadas como explicativas indicam o todo e as restritivas, alguma parte do todo. Tendo como referência a imagem acima, para facilitar o entendimento dessa diferença, entenda o alho inteiro como um todo, representando assim as orações explicativas, enquanto um dente ou alguns dentes representam uma parte do todo, exemplificando o sentido das orações restritivas.
Agora vamos verificar tais sentidos nos exemplos abaixo:
a) Joaquim comprou um presente para minha namorada, que mora em Brasília.
No exemplo “a”, a oração é classificada como adjetiva explicativa e expressa que Joaquim tem uma única namorada e ela mora em Brasília. Este é o todo, uma única.
b) Joaquim comprou um presente para minha namorada que mora em Brasília.
No exemplo “b”, a oração é classificada como adjetiva restritiva e indica que Joaquim tem várias namoradas. Ele comprou um presente somente para aquela que mora em Brasília.
Funções Sintáticas do Pronome Relativo
SUJEITO
As cartas / que estão na gaveta / são para você.
que estão na gaveta
(as cartas) estão na gaveta.
sujeito
OBJETO DIRETO
Aqui está o livro / que você me emprestou.
que você me emprestou.
(que= o livro) você me emprestou.
você me emprestou o livro.
od
OBJETO INDIRETO
As músicas / de que gosto / são muitas.
de que gosto
de (as músicas) gosto
gosto das músicas
OI
PREDICATIVO
Reduze-me ao pó / que fui.
que fui
fui o pó.
vl ps
COMPLEMENTO NOMINAL
O projeto /com o qual ficou entusiasmado / não foi aprovado pela diretoria.
com o qual ficou entusiasmado
ficou entusiasmado com o projeto.
CN
ADJUNTO ADNOMINAL
O homem / cujo carro comprei / mudou-se para os Estados Unidos.
cujo carro comprei
comprei carro do homem
a.adnom.
ADJUNTO ADVERBIAL
A cidade / onde nasci / é muito tranquila.
onde nasci
nasci na cidade
adjunto adverbial
AGENTE DA PASSIVA
O colega / por quem fomos enganados / desapareceu.
por quem fomos enganados
fomos enganados pelo colega.
agente da passiva
Oração Subordinada Adverbial
As orações subordinadas adverbiais recebem essa denominação porque expressam uma circunstância da oração a que se subordinam; essa circunstância é a função de um advérbio.
Quando desenvolvidas, iniciam-se por conjunção subordinativa; quando reduzidas, podem apresentar-se na forma infinitiva, gerundial ou participial.
Eis como se classificam:
I) Oração subordinada
adverbial causal
É a que expressa uma causa do
fato contido na oração principal , que, por sua vez, contém uma
consequência do que vem expresso na subordinada. Ha, portanto,
uma relação de causa e consequência entre a principal e a
subordinada. Ex.:
Como não fez a prova, ficou com nota
zero.
Uma vez que o ônibus
atrasou, perdi a festa.
A menina
chorava, porque o namorado brigou com
ela.
Ajudando os
outros, empobreceu.
Adoeceste, por
comeres demais.
Despedido do
emprego, passou a pedir esmolas.
Obs.: Sobre as orações adverbais causais, Rocha Lima faz a seguinte e importante observação:
Observação:
As conjunções que e porque ora têm valor
coordenativo (conjunções explicativas), ora valor subordinativo
(conjunções causais). Em certas línguas, distinguem-se estes
dois papéis pela diversidade de partícula: no primeiro caso,
equiparam-se ao francês car. ao inglês /ar e ao alemfio denn; no
outro, valem, respectivamente, por parce que, because e
wei/.
Nem sempre é fácil, por sem dúvida, diferençá-las com
nitidez. Todavia, atente-se para os seguintes traços
caractcrizadores de uma e outra:
a) valor coordenativo:
A oração coordenada de que e porque,
como, aliás, qualquer oração coordenada, é feita para introduzir
uma ideia nova, dentro de uma sequência do tipo A + A. Por
encerrar a justificação do que se disse na oração anterior, tem,
forçosamente, de seguir-se a esta. Por outro lado, separa-a da
oração antecedente uma pausa de certa duração — pausa que, com
frequência, se assinala por pontoe-vir gula e, ate, por ponto
simples, além de se marcar, naturalmente, por vírgula:
"Não
é oração aceitável a do ocioso; porque a ociosidade o
dessagra."
"Os "maus" só lhe inspiram tristeza e piedade.
Sõ o "mal" é o que o inflama em ódio. Porque o ódio ao mal é o
amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino." (Ambos os
exemplos são de Rui Barbosa, na célebre Oração aos Moços).
b) valor subordinativo:
A oração subordinada de que e porque
é parte de outra oração, na qual funciona como adjunto adverbial
— dentro de um esquema do tipo deter-minado + determinante, ou
por outras palavras: principal + dependente. E entre elas
existe, necessariamente, uma relação de "causa" e
"consequência".
Eis aí a verdadeira pedra-de-toque: a
oração principal encerra sempre a consequência do que se
declarou na subordinada, e nesta, por sua vez, se apresenta a
razão sem a qual não haveria aquela consequência. Em suma: são
partes correlativas do mesmo todo.
Além disso, á subordinada causal pode antepor-se à principal, i caso em que dela se separa por pausa menor, marcada por vírgula; pospondo-se-lhé, pode também isolar-se por vírgula, ou, até, dispensar sinal de pontuação.
Comparem-se os exemplos:
Espere-me um instante, que (porque)
não demorarei.
(Evidentemente, não existe, aí, nenhuma
relação de causa e consequência; com a segunda oração, faz-se
tão-só uma justificação do que se recomendara na primeira).
Já na frase:
O capitalista se matou / porque estava
arruinado. —, a oração "porque estava arruinado" nos informa
sobre a condição determinante, a razão eficiente da morte do
capitalista. Se ele não estivesse arruinado, não se teria
matado; portanto, o estar arruinado (causa) foi o que acarretou
o ter-se matado (consequência).
2) Oração subordinada adverbial consecutiva
É a que se apresenta como consequência da oração principal, que expressa sua causa, invertendo-se, portanto, a relação entre causa e consequência da subordinada causal. Ex.:
Maria foi tão bondosa, que me deixou
supreso.
Chovia tanto, que as
ruas ficaram alagadas.
Estudou
tanto a ponto de ficar louco.
Pedro
não abre a boca uma vez sem dizer tolices.
3) Oração subordinada adverbial concessiva
É a oração subordinada que expressa um fato que poderia se opor a realização do fato contido na oração principal. Só que o fato da principal se realiza independentemente do fato da subordinada. Ex.:
Embora não fosse feliz no casamento, vivia
com a esposa.
Por mais que
estudasse, não conseguia entender a
matéria.
Ia à igreja todos os domingos, mesmo
não sendo católico.
O homem
voltou, apesar de ter sido expulso dali.
4) Oração subordinada adverbial condicional
É a oração subordinada que impõe um fato (real ou hipotético)
para que o fato da oração principal se realize.
Ex.:
Se eu tivesse vinte
anos, casar-me-ia contigo.
Salvo
se houver proibição, tudo é
permitido.
Desaparecendo a
causa, cessa o efeito.
Perdido o
emprego, pedirás esmola.
5) Oração subordinada adverbial comparativa
É a oração subordinada que traz em si uma comparação. Não raro, dá-se-lhe a elipse de termos da oração principal. Ex.:
Assim como a garça levanta voo, também a
voz dos oprimidos se e levam ao céu.
Joaquim andava
triste, como um viajante
solitário.
As formigas são menos
preguiçosas que as cigarras.
6) Oração subordinada adverbial
conformativa
É a oração subordinada que
expressa um fato realizado em conformidade, de acordo com outro.
Ex.:
Tudo será feito, conforme manda a
lei.
Amai-vos uns aos
outros, como disse o Cristo.
A
matéria está sendo desenvolvida, segundo está no
nosso programa.
7) Oração subordinada adverbial
final
É a oração subordinada que expressa a
finalidade da oração principal.
Ex.:
Rezemos para que o mundo tenha
paz.
Trabalhe para ter
dinheiro.
O homem saiu a fim de
encontrar um amigo.
8) Oração subordinada adverbial
proporcional
É a oração subordinada que
estabelece uma proporção entre o fato contido na oração
principal e o que ela expressa. Ex.:
A noite
chega, à proporção que a luz
recua.
À medida que o tempo vai
passando, a saudade aumenta.
Quanto
mais trabalho, menos valor me dão.
9) Oração subordinada adverbial
temporal
É a oração que mostra um fato
ocorrido antes, ao mesmo tempo ou depois do fato contido na
oração principal. Ex.:
Antes de falar qualquer
coisa, pense muito.
"Eu os declaro marido
e mulher até que a morte os
separe."
Quando chegar a
casa, eu falo com minha mãe.
Depois
que partiu, nunca mais voltou
aqui.
Terminando a festa, iremos para
casa.
Ao sair, feche a
porta.
Feito o silêncio pedido, o
professor pôde falar.
10) Oração subordinada adverbial
modal
É a oração subordinada que mostra o modo
como se realiza o fato contido na oração principal.
Ex.:
Encontrei Joana sentada na
praça, pensando na
vida.
Entre, sem fazer
barulho.
Passou por aqui, sem que
ninguém o visse.
Obs.: Essa oração não consta
da NGB.